TERCEIRO SINGLE EM PORTUGUÊS DO BRUXAX, “ME CHAMA” TRAZ UM GRITO SOBRE LIBERDADE SEXUAL

Terceiro single em português do Bruxax, “Me Chama” traz um grito sobre liberdade sexual, cutucando feridas de uma sociedade muitas vezes presa em dualidades entre seguir o padrão ou enfrentar o preconceito.

Me chama de louca, puta e bruxa”, o polêmico refrão faz parte do novo single autobiográfico composto pela vocalista Bia Maza e interpretado pela Banda Bruxax, também composta pela guitarrista, Emily C. e o baterista Rodolfo P. Assim como o refrão, a música “Me Chama” traz uma discussão atual sobre a grande dualidade entre viver o seu prazer e a sua liberdade ou acreditar no pecado e se privar das suas próprias vontades.

Afinal, o que é pecado? Desde pequenas, mulheres são ensinadas a se submeterem ao padrão, renegando suas verdadeiras vontades e até mesmo amores para se encaixar não apenas em uma imagem da mulher perfeita pronta para constituir uma família, mas também como uma questão de sobrevivência por medo da violência e do feminicídio – que vem crescendo cada vez mais.

Assim como a música, o clipe traz uma dualidade entre estar presa dentro de correntes que nós mesmas nos colocamos e a experiência única de se viver o seu prazer. “Me Chama” traz um apelo contra a censura feminina e apresenta um manifesto claro de que, mesmo sendo chamadas de putas, loucas ou bruxas, nada há de tirar a liberdade e a verdade pessoal de cada mulher. Assista agora:

Mas esses não são os únicos bloqueios rompidos pelo single. Popularmente conhecida por ser uma banda de rock/metal, a banda relata ver poucas representações de mulheres, lésbicas, gays e trans dentro desse cenário. Dentro do clipe, dirigido por Kathia Calil junto com Felipe Corvello, estão inúmeras representatividades de corpos, gêneros e sexualidades que propõem uma quebra desse padrão, assim como também acontece dentro do arranjo musical, já que “Me Chama” também brinca com melodias do pop, trap, eletrônica e, principalmente, o funk.

O nome “Bruxax” é uma alusão ao termo usado até os dias de hoje para designar mulheres que possuíam (e ainda possuem) distinto conhecimento sobre as energias da natureza e sua manipulação, prática que conhecemos como “magia”, e que foram incompreendidas, perseguidas, torturadas e queimadas na idade média em nome do “bem”. Para a banda, o nome simboliza resistência, tolerância, o diferente, o hoje e o amanhã livre de preconceitos e tradições temporais e arcaicas, a aceitação do indivíduo como ele é, da consciência maior, do novo e do velho convivendo em paz e harmonia.

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