Após mais de uma década lançando seus álbuns de forma completamente independente o vocalista, compositor e gaitista Oswaldo Coyote – ou Coyote Valvulado – está de volta ao selo Astronauta, por onde fez sua estreia na indústria fonográfica.
Como bom filho à casa torna, Coyote oferece sua voz rascante, aposta no blues, na gaita e nas letras ácidas e afiadas que trazem críticas sociais sob a moldura do blues e do folk. O material soa bem orgânico e raiz. A capa é um desenho inédito e exclusivo de Bernardo Domingos.
O EP “Jumento Fardado” chega com três faixas produzidas em Londrina (PR) durante a pandemia, em 2021. Além da faixa-título compõem o EP as músicas “Hotel na beira da estrada” – assim como “Jumento Fardado”, outra parceria com Alessandro Prog – e “Pássaro louco”, apenas esta de sua autoria.
Oswaldo frequenta a mesma vibe de artistas como Raul Seixas, Sergio Sampaio, Ventania e Júpiter Maçã. Algumas de suas influências declaradas são Big Bill Bronzi, Jaco Pastorios, Cazuza, Lou Reed, Elvis Presley, Charles Mingus, Nina Simone, Alberta Hunter, Little Walter, Creedence, Jimi Hendrix, Robert Johnson e Chuck Berry.
“É interessante a estrada da vida. Às vezes você imagina uma reta longa com poucas curvas, mas vem a mão do destino e desenha outras curvas e outros atalhos. Tinha em mãos um contrato para gravar oito músicas e um clipe, mas com a pandemia tudo fechou. Inclusive o estúdio onde iríamos preparar o disco ‘Só o Sol Te Ama’. Mas como para mim a pandemia começou mesmo foi em 2018, quando entrou o atual governo, já estava escrevendo muitas músicas de descontentamento. ‘Jumento Fardado’ foi a letra que apresentei para meu parceiro Alessandro Prog, já com a ideia de um folk blues acústico que traz guitarras, voz e gaitas”, conta Oswaldo Coyote, que nasceu em Marília (SP), mas chegou aos treze anos em Londrina (PR).