Hoje, a Furio apresenta a música “Foge-me ao controle”, um poema de Fernanda Young, narrado pela própria. Fernanda já havia feito colaborações com a banda AD, de Jarbas Agnelli, em duas outras músicas do disco, lançado em 2000. Agora, exatamente um ano após a triste partida dessa talentosa escritora/poetiza/roteirista/atriz, Jarbas (Furio) volta a se encontrar com Fernanda na dimensão da arte, em uma canção leve, cujas divagações sobre meias coloridas em frascos de vidro traçam paralelos com as emoções humanas.
A Furio é Jarbas Agnelli. Na verdade, Furio foi o bisavô de Jarbas Agnelli. Tem um mistério, uma certa vibe nessa transmissão da paixão musical pelo DNA. Que por sorte, nas duas pontas, se traduz em muito talento e realização. Os sintetizadores modulares, sem timbres pré-programados, convidam a se abrir ao acidente modal, à navegação alheia aos mapas da música pop. Mesmo alguns softwares atuais, como o Live, dão um passo nessa direção em sua arquitetura, se afastando da lógica linear derivada da gravação em estúdio.