O ÁLBUM “UM SAMBA DE RESPEITO”, DE LUIZ AYRÃO, CHEGA ÀS PLATAFORMAS DIGITAIS COM AS PARTICIPAÇÕES DE PÉRICLES, DEMÔNIOS DA GAROA, XANDE DE PILARES E OUTROS

Pra quem ainda não teve a honra de conhecer, Luiz Ayrão é um compositor carioca, tijucano de boa cepa, contemporâneo e vizinho de outros craques da música brasileira, como Jorge Benjor, Erasmo Carlos e Roberto Carlos, dono de inúmeros sucessos que atravessam o Brasil, desde os anos 60 até os dias de hoje.

Pra quem já o conhece, resta agora se deliciar com esta nova pérola de sua lavra, “Samba de Respeito”, seu mais recente álbum de canções inéditas, recheado de participações pra lá de especiais. Ouça e baixe aqui.

Cantam em “Tentação de Malandro”, delicioso samba de breque à moda do grande Moreira da Silva, dois Zecas – este que ora vos escreve e o genial Pagodinho, num duelo divertido de bossas, blagues e chistes. Xande de Pilares dá as caras em “No Cravo e na Ferradura”, samba de verve “noelina”, e Alcione e Diogo Nogueira fazem duo suingado em “Um Samba Merece Respeito”. Ayrão divide com Péricles os vocais da bem-humorada e romântica “Oxitocina”.

O mestre Monarco solta seu vozeirão em “Pobre Passarinho”, samba dele e de Ratinho, única composição do disco não saída da pena de Ayrão. Toninho Geraes aparece em “Pétalas de Rosas” e o mítico grupo Demônios da Garoa divide “Fina Ironia” com Ayrão, sambão que encerra a bolacha em grande estilo.

O álbum celebra os 50 anos de carreira de Luiz Ayrão, que muitos discos depois ainda mostra a inquietação dos grandes artistas.

O cara tem na bagagem canções que fazem parte do imaginário coletivo brasileiro, obras do naipe de “Porta Aberta”, “Bola Dividida”, “Os Amantes”, “O Lencinho” e “Saudades da República”, além dos primeiros sucessos eternizados na voz do rei Roberto Carlos, “Ciúme de Você” e “Nossa Canção”.

Não satisfeito com a grande obra construída e já consagrada, Ayrão se lança a uma nova aventura autoral, cheia de achados melódicos e poéticos, aventura que ele partilha com artistas parceiros, amigos e fãs.

Cantor seguro, melodista inspirado e bom poeta de estirpe malandra, Ayrão nos mostra neste trabalho suas proezas de mestre.

Saravá, professor! O samba merece respeito, sim, senhor.

Zeca Baleiro