Chega hoje às plataformas digitais “Felicidade Agora”, canção inédita do cantor e compositor Luiz Melodia (7 de janeiro de 1951 – 4 de agosto de 2017), em parceria com Ricardo Augusto e Paulinho Andrade. Ouça aqui. A música integra o repertório do último registro ao vivo do poeta do Estácio, numa grande performance, registrada em 29 de junho de 2016, no Teatro da UFF, em Niterói, Rio de Janeiro, sob a direção de Jodele Larcher. Esse marcante momento da carreira de Melodia será lançado em CD e DVD, em maio deste ano, pela Universal Music.
No show “Zerima Ao Vivo”, uma homenagem à Marize, irmã de Melodia, que teve a participação especial do filho do cantor, Mahal Reis, em “Maracangalha” (Dorival Caymmi), Melodia desfila seus grandes sucessos e algumas canções de seu último álbum de estúdio, “Zerima” (2015), como a faixa-título, “Congênito”, “Papai do Céu”, “Dores de Amores”, “Pérola Negra”, “Vale Quanto Pesa”, “Ébano”, “Estácio, Holly Estácio”, “Magrelinha”, “Vou com Você”, todas de autoria do cantor, além de parcerias com outros compositores, como “Cheia de Graça” (com Ricardo Augusto), “Cura” (com Renato Piau) e interpretações de outros compositores, como “Nova Era” (Dona Ivone Lara / Délcio Carvalho) e “Parei Olhei” (Rossini Pinto).
Nascido no Estácio, Luiz Melodia desceu cedo o morro de São Carlos trazendo inquietude e um indiscutível suingue e talento em lidar com diversos ritmos tornou-se muito além de um sambista. Aos 21 anos, o garoto do subúrbio carioca já possuía suas composições imortalizadas por duas das maiores interpretes da música brasileira. Em 1971, Gal Costa apresentou “Pérola Negra” para o mundo e, em 1972, foi a vez de Maria Betânia gravar “Estácio, Holly Estácio”, para o disco “Drama – Anjo Exterminado”.
Apadrinhado por Wally Salomão e Torquato Neto, em 1973 tem seu primeiro contrato artístico e se lança como cantor, mostrando ser um artista completo, de voz única e provando que era indiscutivelmente o melhor interprete de suas canções. Seu disco de estreia, “Pérola Negra”, é considerado por muitos um dos maiores lançamentos da música brasileira, incluindo versões definitivas de clássicos, como “Pérola Negra”, “Magrelinha”, “Estácio Holly Estácio”.
Seus três discos seguintes, “Maravilhas Contemporâneas” (1976), “Mico de Circo” (1978) e “Nós” (1980), consolidaram sua carreira com o sucesso de canções como “Juventude Transviada” e “Fadas”, “A voz do Morro” e “Negro Gato”.
Nas duas décadas posteriores, Melodia lança “Felino” (1983), obtendo grande sucesso com a canção “só”; “Claro” (1988); “Pintando o sete” (1991), onde surpreendeu imortalizando em sua voz a canção “Codinome Beija Flor”; “Relíquias” (1995); “14 quilates” (1997) e “Acústico” (1999), que recebeu Disco de Ouro, gravado ao vivo em sua turnê nacional, sucesso de público e crítica.
Mais versátil e criativo cada disco, Luiz Melodia ganha reconhecimento internacional e é convidado para grandes festivais como Chateauvallon (1978) e Folcalquier (1992), na França; Montreux Jazz Festival (2004) e Paléo (2008), na Suíça, dentre outros.
Em 2001, o cantor lança “Retrato do Artista Quando Coisa”. A seguir, em 2003, lança seu primeiro DVD, “Luiz Melodia Convida”, com participações de Elza Soares, Zeca Pagodinho, Gal Costa e Luciana Melo, entre outros. Voltando ao samba, lança “Estação Melodia” (2007) se entregando como interprete de clássicos do gênero, este disco serviu como base para o segundo DVD da carreira, “Especial MTV – Estação Melodia”.
Nesse turbilhão de ritmos e suingue, sendo um artista do mundo sem nunca deixar de ser um autêntico brasileiro, Luiz Melodia é um artista que nasceu para provar que, em nossa música, não há pérolas tão preciosas quanto as pérolas negras. Vieram muitas outras turnês no Brasil e exterior.